domingo, 8 de março de 2009

Sob a Nuvem Negra

Noite calada, sem brilho e chorosa trouxe-me pensamentos estranhamente vazios e incompreensíveis por sua invisibilidade áspera. Remeto a amores, mudanças e amizades, percebo o quão ilusório são todos esses e ao mesmo tempo discordo disso. Tento repensar o impensado para talvez ajudar a solitude destas sombras discretas que se tornam aparentes conforme a acompanho. És virtuosa por conseguir calar minha mente falastrona somente por ser o que é; sincera.
Procuro as estrelas em vão, nem a lua repousa seu brilho sob a noite. Nenhum olhar, nenhuma palavra. Somente a trilha sonora do silêncio mórbido, agonizante. Todos os rostos que penso aparecem esfumaçados, gélidos, petrificados. Olham para mim com um repulsa desdenhosa, e mesmo sem entender, odeio-os. No entanto, ao mesmo tempo, amo-os.
A negritude da noite mostra-me os dois lados sobre o que passa em minha mente inconstante, o sentimento e a razão separados, olhando para mim com insistência, como se esperasse uma escolha irrefutável. Paro, penso e como uma salvadora que derruba a iminente loucura, o manto prateado perde a timidez e sai de trás de uma nuvem negra e aparentemente aconchegante. Fita-me e aconselha-me a seguir os dois lados, oscilando conforme minha crença ou vontade ou instinto.
Por fim, posso sorrir para a noite virtuosa e considerar-me uma parte da mesma.

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