segunda-feira, 9 de março de 2009

Entre os Dois Lados


Isso ou aquilo, querer ou não querer, amar ou não amar, fazer ou não fazer – “ser ou não ser”. Dilemas constantes e abundantes como o ar. Destruo em lágrimas e pontapés as fortalezas da certeza e da razão fria, renego a lógica e invejo-a, tento renová-la, no entanto, encontro o fervor do sentimento no meio do caminho. Lógica, a razão aparentemente confortante, sensata e sem graça. Sentimento, chama ardente, destruidora e confusa com todas suas tonalidades fortes e vibrantes. Não entendo nenhum dos dois.
Acredito que ainda estou cego pela paixão juvenil sobre o desconhecido. Passo do lado de lá para cá e vice versa a cada instante, incógnito ou não. Confundo-me simplesmente para sentir o gostinho amargo, mesmo que inconscientemente.




Decepciono-me, envergonho-me, enalteço-me, orgulho-me, e por fim, corro.

domingo, 8 de março de 2009

Sob a Nuvem Negra

Noite calada, sem brilho e chorosa trouxe-me pensamentos estranhamente vazios e incompreensíveis por sua invisibilidade áspera. Remeto a amores, mudanças e amizades, percebo o quão ilusório são todos esses e ao mesmo tempo discordo disso. Tento repensar o impensado para talvez ajudar a solitude destas sombras discretas que se tornam aparentes conforme a acompanho. És virtuosa por conseguir calar minha mente falastrona somente por ser o que é; sincera.
Procuro as estrelas em vão, nem a lua repousa seu brilho sob a noite. Nenhum olhar, nenhuma palavra. Somente a trilha sonora do silêncio mórbido, agonizante. Todos os rostos que penso aparecem esfumaçados, gélidos, petrificados. Olham para mim com um repulsa desdenhosa, e mesmo sem entender, odeio-os. No entanto, ao mesmo tempo, amo-os.
A negritude da noite mostra-me os dois lados sobre o que passa em minha mente inconstante, o sentimento e a razão separados, olhando para mim com insistência, como se esperasse uma escolha irrefutável. Paro, penso e como uma salvadora que derruba a iminente loucura, o manto prateado perde a timidez e sai de trás de uma nuvem negra e aparentemente aconchegante. Fita-me e aconselha-me a seguir os dois lados, oscilando conforme minha crença ou vontade ou instinto.
Por fim, posso sorrir para a noite virtuosa e considerar-me uma parte da mesma.

domingo, 1 de março de 2009

Agora, sensato

Duvido da dúvida
diluo a dor
Sinto muito pelo sentimento, mas dele
não sentirei mais.
Vou indo, assim como qualquer
de lá para cá, vou assim aquém de razões
de um suposto dilúvio de lágrimas de outros olhos
Agora o que falta mesmo
é voltar a ver os que os outros veem
ver o meu.