sexta-feira, 14 de maio de 2010

Concretando o tédio

Tédio
Tédio Tédio Tédio
Tédio Tédio Tédio Tédio Tédio
Tédio Tédio Tédio Tédio Tédio Tédio Tédio
Tédio Tédio Tédio Tédio Tédio Tédio Tédio Tédio Tédio
Vida Vida Vida Vida Vida Vida Vida Vida Vida Vida Vida Vida Vida

A base do tédio é nossa irrisória existência.

Mãos em obra

Fábricas corruptas, ilusivas
tão abusivas, sempre tão favorecidas
e em volta
pálpebras caídas, todas sentidas
quantas vidas quase vividas
quanta gente sem ter o que viver – que coisa vazia!

Maquinário infértil
a soma diminuta
tão pequena, tão puta, tão feia, tão suja.

E o homem de terno e gravata se aproxima e esbraveja:
Caiba em teu próprio lugar pobre criatura não-vivida! Não se esqueça que sua vida é minha. Deixe as mãos fazerem o que é devido, deixe comigo o conforto por ti outrora vivido!

Procuro

Hei de mergulhar no mar de letras
o barco invisível a procura de um recanto
para os invisíveis,
recanto para qualquer forma de vida apaixonada pela vida

Procuro-o com vontade
Sigo, pauso, quase volto...
prossigo!

Para no meio do caminho
ou me mato ou essa intrigante paixão faz isso por mim.

Doente

A doença cria dor
a dor cria ódio
o ódio mata a ilusão
a ilusão cria o amor
o amor
ah! - amor-
por sua vez
sempre, continuamente
cria a doença.