segunda-feira, 18 de janeiro de 2010

Dança Cerebral

Satélites banais, dançando no orgástico mar de estrelas e pássaros
logo abaixo há caixas-cérebros,
uma prova do cérebro irrestrito e irremediado do ser humano
que invés de dançar assim como pássaro, prefere passar
a frágil e curta existência em frente a uma tela de íons.

Árvores, assim como solitários idosos, gá-gás, sofrem com o desdém
e morrem de câncer,
normalmente de pulmão,
o cigarro:
0110011001100111000101110

Tecnologia retrógrada, incinerante e não-inquietante
magnifica a supernova dos nossos cérebros
retira-nos nossos instintos originais, animais
Supernova globalizada de páginas virtuais.

Aí vendes novamente sutil ócio que leva a humanidade à iniquidade!

sábado, 16 de janeiro de 2010

Para além do Twitter e sua nação

Festa à fantasia
frívola empatia
como é bonito o viver
sem forma, em vão!

Facínoras e estelionatários
adúlteros, pedófilos
cadáveres e moribundos
toda a anarquia-democrática
no alcance de um botão!

Vacas voam
Peixes andam
Pássaros twittam
e eu,
rio nesse mar de ilusão!

quinta-feira, 7 de janeiro de 2010

O tédio como meio de criar vida

Eu e minha companhia inventada
deitados no chão com os olhos ao céu
- tantas estrelas, tanta visão -
que será que dão pra elas brilharem e serem o que são ?

É, minha infeliz invenção...
não será o que quero ser, nem sou o que quero
de tanto de aclamar, afugento-me da razão de desejar-te tanto
teu brilho falso é o que te faz tão perfeita,
tão bioluminescente
tão condescendente

Não afugente-se, não suma
apesar de falsa és minha única amiga
companheira de copo e cama
de discussão e iluminação

Não saia até a outra ilusão vir
não mude nem o odor
pois meu tédio uma hora há de sucumbir


- lembre que o amor é tão escroto quanto você, infeliz ócio.

domingo, 3 de janeiro de 2010

Transtorno do Tédio Inquieto

À beira,
de um ataque nervoso.
De lado,
em mais um dia tedioso.

Encontro-me no lugar onde os pensamentos tornam-se vulcões
Lugar o qual podemos tratar de conciliar o maltrato das semanas passadas
Durmo acordado no lugar onde todos são meros coadjuvantes de minha irreal epopeia.

Há sombras
do passado inquieto.
Há fantasmas
de uma noite inacabada.

Procuro pelas badaladas da igreja ao lado;
Sem dá-las, levo o vinho
O ninho da tristeza carnal.

A noite,
difusa, disforme e resplandecente.
O dia,
difuso, disforme e intragável.

Continuo a procura de algo palpável
Continuo a procura de um pensamento real
Continuo procurando meu sonho banal.

Há, saio sorrateiro
enfeito o embrulho
burro de tão sórdido
tenso de tão simples

Bá, voou estreito
beijou sua nuca
estúpido de tão apaixonado
bravo de tão culpado

Vá além, fui aquém
Vou sem
Voou torto

Doido, definitivamente doido
Bobo, definitivamente solto
Morto, quase morto
De tão morto...

lindo.