segunda-feira, 13 de abril de 2009

Contraste

A frígida noite
Fétida e irrestrita
Irritada e oblíqua.

Enfeitiça-me tateando sem dedos
O encantamento do vento que uiva
Reflexo lunar dissimulado e atraente
Sete dias hiperativos e depressivos
Seu tom inconstante

E o lábio gélido ao meu lado
E o olhar sem movimento com tanta expressão
E o medo pulsante, e minhas pernas trêmulas, e seu coração,
Em minhas mãos – e a noite, silenciando-a.

Palavras não ditas

A inconstância das palavras
Contendo sua regularidade incabível
Imutável sem permanecer
Oscilante como um velho carvalho.

A inconstância das palavras
Elevam-me para restringir-me
De pobre confuso apaixonado a
Difuso nobre sensato

Digo à inconstância das palavras:
És indigna e dirige toda a beleza
Da falta de razão ou não

O contexto
A sintaxe
O predicado que espera o sujeito.

Todos, aposto.