segunda-feira, 23 de fevereiro de 2009

Silêncio

Percebo que meu coração indomável palpita em devaneios, esperanças e olhares. Palpitação inerte onde o todo parece estático ou morto, onde as pessoas não falam e não saem do lugar. No entanto percebo que ainda não morri, minha barriga sente-se estranha, meu pulmão falta ar, meu coração como um martelo com o intuito de me empurrar para frente, sendo aparentemente, sensato.
Engraçado como me sinto ao ver aquele oceano em dois pequenos olhos, mistura de inquietude e choque, dúvida e certeza, amor e ódio. Amo-a por ser a mais certa, a mais bela, ela. Odeio-a pela insuficiência respiratória, dor no peito e constantes vontades de andar gritando, exaltado pelo sentimento oblíquo e inconstante.
Os olhos são máquinas destruidoras e mágicas, me levam e elevam, me tiram e retiram tudo. O sorriso é o portão do céu, que mais parece me levar ao inferno. O cabelo um manto dourado, uma coroa de margaridas que quiseram desabrochar de forma diferente, simplesmente para atendê-la melhor. O conjunto perfeito. A premissa mais bela.
Porém minha necessidade não é suprida com o silêncio. Não tenho certeza se meus olhos transmitem o mesmo aos dela, na realidade, a incerteza é a única certeza. Desejo falar, porém faltam-me palavras, aquele sorriso que reflete toda a luz de qualquer aposento, silencia-me. Sempre digo que tentarei mais uma vez, e o pior, sei que estou mentindo.

Não hesitarei.

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